O projeto "Engenhos de Memória: História e Patrimônio Cultural do Período Colonial à Modernidade" desenvolvido pelos alunos da EEM Ronaldo Caminha Barbosa é destaque no Ministério da Educação (MEC - Brasília).
Confira a reportagem:
Estudantes resgatam memória dos engenhos levando história e cultura para escolas no Ceará
Descrição
Um projeto que resgatou a cultura de uma cidade com mais de setenta mil habitantes da região nordeste, envolvendo moradores e a comunidade escolar.
Tudo começou quando um grupo de estudantes da Escola de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa, na cidade de Cascavel, no Ceará, percebeu que o engenho, tão comum naquela região, estava abandonado, desvalorizado e até destruído. O desafio era resgatar não só a importância, mas também a memória dessas propriedades produtoras de açúcar, como conta a estudante Débora Pessoa.
“A gente viu que quando a gente fazia projeto na escola que visava a valorização de patrimônio, os engenhos, eles não estavam no meio. E a gente sentia essa falta de valorizar os engenhos. A gente sentou, conversou e chegamos à conclusão de que nós necessitávamos falar um pouco mais de toda essa história que nos caracteriza, que é uma parte da nossa história de vida, da história do Brasil, do Brasil Colônia.”
Com a orientação de um professor, os alunos se reuniram, mapearam os engenhos da região e entrevistaram a comunidade local. O passo seguinte foi criar um material para multiplicar esse saber. Foi assim que nasceu o Engenho Didático, um projeto voltado para crianças, jovens e também adultos que não tiveram a oportunidade de estudar. É com essa proposta que há dois anos Débora e os colegas visitam colégios em Cascavel e na cidade vizinha de Pindoretama.
“Antes a gente chegava nas escolas e perguntava: você sabe de onde vêm os engenhos, de onde tudo começou? De onde vieram as primeiras vilas da cidade, de onde vieram os escravos, a culinária brasileira? Eles não sabiam responder. E depois do nosso estudo, depois que a gente passava as palestras do Engenho Didático, eles já tinham mais uma noção.”
E as práticas chegaram também a sala de aula. Alunos da Educação Infantil aprendem sobre plantações e cana-de-açúcar por meio de pinturas. Os do Ensino Fundamental I e II conhecem a história com um jogo interativo. Já os estudantes do Ensino Médio, participam de palestras onde passam a entender, por exemplo, de onde vieram os primeiros engenhos do nordeste e do país. E não é só isso. A diretora da Escola de Ensino Médio Ronaldo Caminha Barbosa, Iara Valente Nogueira, destaca a relevância social da iniciativa que permite refletir sobre questões econômicas da região.
“A proposta deles era revitalizar os engenhos que existiam na comunidade de onde eles vinham. Localidades onde tinham engenhos, quando os pais deles eram adolescentes, e quando eles cresceram, a construção existia, mas eles pararam de trabalhar, não existiam mais pessoas trabalhando dentro dos engenhos. E aí, eles perceberam que isso influenciou a economia, o poder aquisitivo das pessoas da região e na hora que o engenho se fecha, naquela região, perde-se o poder aquisitivo porque as pessoas que antes trabalhavam nos canaviais perdem os seus empregos, não tem mais onde trabalhar e tem que procurar emprego em outro lugar.”
O projeto Engenho Didático também é divulgado pelo Museu Virtual, uma página na internet criada pelos estudantes para reunir informações históricas, sociais e geográficas sobre os Engenhos Coloniais e Modernos na região. A iniciativa dos alunos foi premiada nas Feiras Regional Estadual de Ciências e Cultura e ganhou credenciamento para representar o Ceará, em um evento educacional em Pernambuco.
Para conhecer o projeto, acesse http://engenhosdememoria.blogspot.com.br/
Para ouvir a reportagem veiculada na Rádio do MECclique aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário